quarta-feira, 29 de outubro de 2014

Biologia - Sistema Reprodutor Masculino


O Sistema Reprodutor Masculino é formado por órgãos internos e externos, que passam por um lento amadurecimento concluindo-se na puberdade, ou seja, quando as células sexuais ficam disponíveis para originar outro ser.

Anatomia do Sistema Reprodutor Masculino

Os órgãos que compõem o sistema reprodutor masculino são: testículos, epidídimos, canais deferentes, vesículas seminais, próstata, uretra e pênis.
Testículos
Os testículos são duas glândulas de forma oval, que estão situadas na bolsa escrotal. Na estrutura de cada testículo encontram-se tubos finos e enovelados chamados "tubos seminíferos". Nos testículos são produzidos os espermatozoides, as células reprodutoras (gametas) masculina e diversos hormônios, entre eles, a testosterona, responsável pelo aparecimento das características sexuais secundárias masculinas, como os pelos, modificações da voz, etc.
Epidídimo
O epidídimo é um canal alongado que se enrola e recobre parte da superfície de cada testículo. Corresponde ao local onde os novos espermatozoides produzidos são armazenados.
Canal Deferente
O canal deferente é um tubo fino e longo que sai de cada epidídimo, passa pelas pregas ínguas (virilha) através dos canais inguinais, segue sua trajetória pela cavidade abdominal, circunda a base da bexiga, alarga-se formando uma ampola, recebe o líquido seminal (proveniente da vesícula seminal), atravessa a próstata, que nele descarrega o líquido prostático, e vai desaguar na uretra. O conjunto dos espermatozoides, do líquido seminal e do líquido prostático, constitui o “esperma” ou “sêmen”.
Vesícula Seminal
A vesícula seminal são duas pequenas bolsas localizadas atrás da bexiga, que produzem o "líquido seminal", (secreção espessa e leitosa, que neutraliza a ação da urina e protege os espermatozoides), além de ajudar seu movimento até a uretra.
Próstata
A próstata é uma glândula, localizada sob a bexiga, que produz uma secreção clara e fluida que integra a composição do esperma.
Uretra
A uretra é um canal que serve ao sistema urinário e ao sistema reprodutor. A uretra vai do interior do pênis até a ponta da glande, onde há uma abertura pela qual o sêmen é eliminado.
Pênis
O pênis é um órgão cilíndrico externo, que possui dois tipos de tecidos: cavernoso e esponjoso e serve para os sistemas: excretor (eliminação da urina pela uretra) e reprodutor (copulação).
Doenças do Sistema Reprodutor Masculino
O câncer de testículo representa 1% dos cânceres masculinos sendo que o aparecimento de nódulos (caroços) é indolor. Dessa maneira, se notar alguma anormalidade, deve-se procurar um urologista (médico especialista nos sistemas urinário e renal e nos problemas sexuais masculinos).
Por outro lado, o câncer de próstata é um dos tipos mais diagnosticados em homens a partir dos 40 anos. Os sintomas são: ardência ao urinar, levantar-se várias vezes à noite para urinar, diminuição do jato urinário, sensação de não ter esvaziado completamente a bexiga após urinar, presença de sangue na urina, entre outros.
Espermatogênese
Os testículos encontram-se nas bolsas escrotais, devido à necessidade de uma temperatura inferior à corporal para a sobrevivência dos espermatozóides. Nos epidídimos são segregadas hormonas, enzimas e nutrientes que auxiliam a maturação final dos espermatozóides.
Na figura esquemática de um corte de um testículo pode observar-se que existem diversos compartimentos, separados por septos radiais, (de 200 a 300) aos quais se dá o nome de lóbulos testiculares, existindo em cada um destes quatro túbulos seminíferos.
Na parede dos túbulos seminíferos existem as células de Sertoli, células volumosas cuja membrana envolve células da linha germinativa em desenvolvimento atuando como uma barreira protetora entre as células e as substâncias prejudiciais que circulam no sangue.
No tecido localizado entre os túbulos seminíferos existem as células de Leydig ou células intersticiais que produzem testosterona.
A espermatogênese é o processo de diferenciação das espermatogónias em espermatozóides, que, a partir da puberdade, ocorre nos testículos e implica divisões mitóticas e meióticas; consiste em quatro fases: multiplicação, crescimento, maturação e diferenciação.
  • As células germinativas primitivas encontram-se presentes nos testículos durante o desenvolvimento embrionário e a infância.
  • As espermatogônias têm origem na divisão mitótica seguida de diferenciação das células germinativas primitivas (ou imaturas), que se encontram no bordo da membrana dos tubos seminíferos;
Multiplicação
  • A espermatogénese inicia-se com a multiplicação celular das espermatogônias (mitose). De cada duas espermatogônias formadas, uma volta a dividir-se por mitose e a outra prossegue a espermatogênese, assegurando assim a provisão constante destas células.
Crescimento
  • É o intervalo em que a espermatogônia pára de se dividir e passa por um período de crescimento através de síntese de nutrientes. Com o aumento, quase imperceptível, de volume, a espermatogônia transforma-se em espermatócito I.
Maturação
  • Cada espermatócito I (célula diplóide) experimenta a divisão I da meiose, originando células haplóides (n=23, cada cromossoma com dois cromatídios), os espermatócitos II.
  • Segue-se depois a divisão equacional da meiose originando os espermatídios, células haplóides com uma cromatíde por cromossoma.
Diferenciação ou Espermiogênese
  • Após se terem formado, os espermatídios deslocam-se para o lúmen dos túbulos seminíferos, onde sofrem a etapa final da espermatogénese – a Espermiogênese.
  • Ocorrem apenas alterações citológicas, originando os espermatozóides tendo em vista apenas a adequação dos gâmetas à deslocação para alcançarem o oócito II e o fecundarem.
Caracterização do processo:
  • Grande parte do citoplasma e do respectivo conteúdo é fagocitada pelas células de Sertoli, com uma redução substancial da dimensão dos espermatozóides.
  • O núcleo encontra-se na cabeça do espermatozóide, torna-se compacto, embora não se verifiquem modificações no conteúdo genético e é recoberto por um capuz formado por vesículas do Complexo de Golgi – acrossoma – que possui enzimas que, quando libertadas, permitem perfurar a camada protetora do ovócito II.
  • As mitocôndrias, responsáveis pela produção de energia, concentram-se na peça intermédia, fornecendo energia para os batimentos do flagelo, essenciais à locomoção no aparelho feminino.
  • O flagelo desenvolve-se, sendo formado por filamentos que, quando batem, impulsionam o espermatozóide.
  • Os espermatozóides são depois libertados para o lúmen dos túbulos seminíferos, de onde passam para os epidídimos onde acabam a sua maturação, tornando-se móveis.
  • Posteriormente seguem pelos canais deferentes onde se misturam com as secreções seminal e prostática formando o esperma, que é libertado na ejaculação.
Nota:
A espermatogênese demora cerca de 64 dias e é um processo contínuo, sendo possível encontrar células em diferentes estádios de desenvolvimento ao longo dos túbulos seminíferos. Qualquer problema ou modificação temporária das condições de espermatogênese pode, assim, originar problemas de fertilidade por um período de dois a três meses.
Uma vez iniciado, o processo de espermatogênese nunca mais termina.


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